TUDO NA CABECEIRA - O QUE EU ESTOU LENDO: A BOSSA DO LOBO

TEXTO E FOTO: GUSTAVO DO CARMO


Desde que começou a trabalhar na editoria de esportes de O Jornal, do grupo Diários Associados, Ronaldo Bôscoli se destacou como jornalista, compositor, produtor musical e um dos criadores da Bossa Nova. Para alguns, Bôscoli é mais lembrado por ter sido namorado das cantoras Nara Leão e Maysa, além de ex-marido de Elis Regina e pai do seu filho mais velho: o músico e empresário João Marcelo Bôscoli. 


Na minissérie Maysa - Quando fala o coração, exibida pela Rede Globo em 2009, Ronaldo Bôscoli, mesmo falecido quinze anos antes, ajudou a revelar o talento do ator Mateus Solano, que o interpretou tão bem que ganhou dois papéis na novela das nove Viver a Vida, interpretando irmãos gêmeos. Parece que o espírito do compositor baixou no ator. Porém, o seriado mostrou um lado cafajeste de Bôscoli.

Curioso para saber se o que foi mostrado na televisão era verdade, me animei a comprar a sua biografia, A Bossa do Lobo, escrita por Denilson Monteiro e editada pela Leya, lançada dois anos depois da minissérie. Denilson também escreveu a biografia do saudoso apresentador Chacrinha e do também músico multimídia Carlos Imperial, que, aliás, ajudou a promover a carreira de Bôscoli, que teria 87 anos se ainda fosse vivo.

Foto: Reprodução de TV - Rede Globo

Comecei a ler o livro somente agora. Ainda não cheguei à parte do romance com a cantora que foi casada com o milionário paulista André Matarazzo e sim no seu namoro com Nara Leão. Considerando a sua adolescência, era tudo verdade na dramatização do caráter de Bôscoli em Maysa. Ele era até chamado de Veneno, pelas brincadeiras que fazia e opiniões maldosas que dava. O livro também mostra um drama do biografado: a Síndrome do Pânico que o levou a ser internado numa clínica psiquiátrica, o impedia de sair de casa em algumas ocasiões, de andar de transportes coletivos e até impediu que ele cobrisse a Copa de 1954 na Suiça. 

Apesar das letras pequenas (a idade vai chegando e começo a reclamar do tamanho), já estou no oitavo dos 47 capítulos do livro e na página 82 das 479 de texto (o resto é bibliografia e índice remissivo) porque o texto é claro, objetivo e atraente. Tem diálogos, em vez de depoimentos, o que torna a leitura mais dinâmica. Se não fosse a vista cansada daria para ler em no máximo quatro sentadas. Só faço uma ressalva para alguns erros de informação da Copa de 1950 e de referências trocadas entre Samuel Wainer e Carlos Lacerda, que me confundiram. 

Volto a comentar sobre o livro quando eu acabar de ler. 


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